Você escolhe, mas quem te dá as opções?

"Vamos precisar de todo mundo/
Pra banir do mundo a opressão!
Pra melhor juntar as nossas forças/
É só repartir melhor o pão!
(...) Vamos precisar de todo mundo/
Um mais um é sempre mais que dois!"
(Sal da Terra - 14 Bis)

Você tem duas opções: ter opções ou não ter.
Você tem duas opções: ser ou não ser.
O Sistema não quer que você queira
O Sistema não quer que você seja.
O Sistema não quer que você pense.
O Sistema não quer que você tenha dúvidas. E se as tiver, o Sistema não quer que você pergunte.
Perguntar é inconveniente. Sobretudo perguntas sobre sexo, religião ou sobre o funcionamento do Sistema.
O Sistema sorri quando você aceita. Estimula esta aprovação passiva, pavloviana, alienada. Até a gratifica.
Ao toque da sineta, o sorriso no rosto, o rabo abanando e o salário no bolso.
O Sistema quer pensar por você, por sua mãe, por seus filhos, por todos. Quer fazer suas escolhas e trilhar os seus caminhos.
O Sistema quer indicar o que você deve ler, como você deve ler, o modo como deve pensar, o que você deve comer, em quem você precisa votar e o que você necessita vestir. O Sistema vai querer dizer até mesmo quando e com quem você deve transar.
O Sistema quer que você produza e que você consuma. O Sistema não se interessa se você terá condições para adquirir o que produziu. O Sistema não se importa com você, seu RG não vale nada para o Sistema, ele deseja é o seu CPF.
Você não vale nada para o Sistema se não consumir. Porque as pessoas valem pelo o que consomem, não pelo o que produzem.
No Sistema, produzir nem mesmo garante o direito de consumir. Em resumo: uma coisa nada tem a ver com a outra.
Mas se ainda assim você vencer estes grilhões, esta máquina de coerção global, a maior estratégia do Sistema para calar quem pensa é o dinheiro.
E o Sistema vai querer comprar você se começar a representar uma ameaça.
Quem o Sistema não pode vencer, é ardentemente desejado como aliado.